segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Shopocalypse: Apocalipse do Varejo Offline Mundial - Retail IoT

Como os Smart Products (Produtos Inteligentes / IoT no Varejo) podem contribuir no combate ao Apocalipse do Varejo Offline Mundial

Retail Apocalypse


Nos últimos tempos, algumas das maiores Lojas de Departamento do mundo estão enfrentando o fechamento de seus estabelecimentos

Essa situação, evidenciada em diversos relatórios de mercado, foi batizada como o "Apocalipse Varejista". No entanto, sempre que atingimos o ponto mais escuro da noite, começamos a testemunhar um novo amanhecer (a new dawn)... Neste caso, o alvorecer dos produtos inteligentes (Smart Products), criados sob o conceito da Internet de coisas (IoT), surgindo no momento exato para municiar marcas e varejistas tradicionais neste novo e importante campo de batalha.

Shopocalypse Now

De acordo com a Bloomberg, mais de 3.500 lojas americanas, de todos os tamanhos, como JCPenney, Macy's, Sears, KmartCrocs, Abercrombie e Guess, entre outras, deverão fechar as portas nos próximos 18 meses (2017/18/19), reforçando a proximidade do Shopocalypse.


Ademais, a análise do desempenho dos estoques do varejo nos últimos anos é eloquente, quanto ao delicado momento em que vivem os Bricks and Mortar. A Stocktwits relata, por exemplo, que a Macy's não está apenas operando no seu nível de estoque mais baixo desde a crise financeira em 2008, mas também está fechando 100 lojas (quase 15% de sua rede de lojas) à medida que contabilizam a queda das vendas e da quantidade de consumidores em suas lojas físicas.


Digital vs Tradicional (Online x Offline) - Faturamento da Amazon vs Concorrência

Enfim, trata-se de uma crise sistêmica, que não atinge apenas certas marcas ou tamanho de varejo; É de todo o segmento! É o Shopocalypse!

De acordo com Mark Cohen, diretor de estudos de varejo na Columbia Business School, a desaceleração no varejo está criando "uma crise lenta e progressiva" que deságua "em uma seqüência evolutiva de desafios econômicos", o que, infelizmente, já não pode ser considerado apenas como uma fase ou uma tendência temporária.

Digital vs Tradicional (Online x Offline) - Fechamento de Lojas Offline

E qual seria a razão do Shopocalypse?!? A resposta mais sucinta foi dada pelo mega investidor Warren Buffett, durante a reunião anual da Berkshire Hathaway, quando simplesmente afirmou que: "a loja de departamentos agora está online", simples assim.

Enfim, a Transformação Digital (Digital Transformation - DX), que atuou de forma disruptiva nos setores de mídia, transporte, telecomunicações e viagens, agora começa a reinventar o setor varejista, disronpendo-o e integrando-o de forma definitiva ao mundo digital.

Trata-se de mais uma etapa do Darwinismo Digital, pois em nenhuma outra época da história tantos setores se reinventaram em um período tão curto de tempo!

Neste clima de inovação e disruptura, o conceito de Darwinismo Digital finalmente impregnou o varejo, descrevendo o momento em que vivemos como uma situação na qual a sociedade e as tecnologias superam a capacidade de adaptação de uma empresa. É sabido que as novas tecnologias sozinhas não trazem inovação, mas que o conhecimento, as parcerias do ecossistema e o modo de pensar desempenham um papel essencial. (Vide: Darwinismo Digital na Mídia)

E, como não poderia ser diferente, a empresa digital que melhor representa esta nova era é a Amazon, o gigante de varejo online, que apresenta enorme vantagem competitiva por não contar com modelos de negócio e processo legados, que precisariam ser reconstruídos. Ao contrário, ao alavancar sua inovação em negócios e plataformas baseados na nuvem, a Amazon consegue disromper o varejo devido a sua escalabilidade infinita e riqueza de dados sem precedentes.

Quando se trata de varejo, uma certeza é que a Amazon está reinventando o conceito! Por exemplo, mais da metade das pesquisas de produtos ​​online (55%, de acordo com BloomReach) iniciam-se no site amazon.com, tornando-a o "Google de compras online".

Pode-se afirmar, com tranquilidade, que a Uberização que vitimou a indústria de táxis, está sendo executada (e continuará a ocorrer) pela Amazon, junto ao varejo, ao criar uma máquina de vendas gigante (online e também offline, com a aquisição Whole Foods), que tritura tudo em seu caminho. O gigante digital já redefiniu a computação em nuvem para melhor servir-lhe (a unidade de negócios da AWS agora tem US$ 12 bilhões em vendas e US$ 3 bilhões em lucros anuais) e fará o mesmo com o transporte, a logística e o varejo, como um todo...

Além disso, sua excelência operacional suporta sua política cortes agressivos de preços de todos os seus produtos, o que aumenta ainda mais a pressão sobre a concorrência... Jeff Bezos, CEO da Amazon, costuma avisar aos concorrentes que "sua margem é a minha oportunidade". Ademais de sua política de preços baixos e margens estreitas, a Amazon possui o maior banco de dados de cartões de crédito no mundo, além da mais detalhada coleção de informações sobre os padrões de compra na face da Terra. O que lhe permitirá, por exemplo, superar a Macy's ao se tornar o maior varejista de roupas nos EUA, neste ano.

O Varejo Contra-Ataca


Para fazer frente à Amazon e ao Shopocalypse, o Varejo precisa maximizar o valor de seus diferenciais, ou seja:

  • Marcas Próprias (white labels)
  • Rede de Lojas Físicas
  • Grande Volume de Diferentes Produtos lançados todos os dias
Nessa nova arena, a experiência diferenciada obtida por meio da Internet das Coisas (IoT) e seu Smart Products (produtos inteligentes) são as chaves para potencializar essas três importantes armas do varejo tradicional. Os varejistas devem começar por transformar digitalmente o pilar central de seus negócios: os produtos que eles fabricam e vendem.

Assim, a IoT (Internet of Things) oferece oportunidades de varejo em três áreas críticas:

  • Enriquecimento da Experiência dos Consumidores (Shoppers)
  • Revolução da Cadeia de Suprimentos
  • Criação de novos Canais de Venda e novas Fontes de Receita Recorrente
A indústria como um todo encontra-se, atualmente, no ponto de inflexão da revolução dos produtos inteligentes, catapultado pela Apple e pelo binômio Android/Chrome, ambos integrando o NFC e a leitura nativa de códigos de barras e QR Codes. Além da Apple e da Google, outros players como Facebook, Snapchat, Spotify e Shazam contribuem com a educação do mercado e a promoção da interação digital "consumidor / produto", por meio dos códigos presentes nas embalagens.

Ou seja, as marcas e os varejistas tem uma chance única de transformar seus produtos físicos em ativos digitais inteligentes, conectados à Web, gerando dados de uso em tempo real ao longo de todo o seu ciclo de vida, desde o ponto de fabricação até o ponto de venda e, em seguida, até as residências dos consumidores.

Os smart products resolvem ainda outras importantes questões, tais como: rastreabilidade de produtos, gerenciamento de inventário em tempo real e as tão sonhadas interações e experiências diretas com os consumidores finais.

Combinando sensores, câmeras e experiências interativas nas lojas, uma estratégia de smart product pode renovar digitalmente o varejista, ao atender os anseios dos omniconsumidores, que almejam pela transformação das antigas lojas físicas em IoT Smart Retail Shops, como no caso de sucesso das lojas do Carrefour na Tunísia e Romênia, que após 7 meses da instalação de Beacons aumentou em 600% o download e em 400% o engajamento de sua App.

Ao adaptar conteúdos e serviços digitais aos seus produtos inteligentes, os varejistas conseguirão proporcionar uma experiência omnichannel única, consistente e personalizada aos seus consumidores.

Em outras palavras, ao alavancar a tecnologia de produtos inteligentes e a Internet of Things, as marcas de varejo podem lutar contra o Apocalipse Varejista em duas frentes importantes:

  • Construir um diferencial único contra a Amazon, criando uma cadeia de suprimentos em tempo real e totalmente instrumentada
  • Oferecer uma experiência de ponto de venda mais rica e personalizada para aqueles consumidores que valorizam ver, tocar e testar os produtos antes da compra

Por fim, mais não menos importante, o varejo tradicional pode resolver um grande gap que começa a surgir no cenário da Internet das Coisas, o Paradigma da Experiência Desconectada do Consumidor Conectado.

Por mais incrível que possa parecer, o cenário de produtos inteligentes de consumo está gerando uma experiência de uso fragmentada, pois os atuais smart devices são "apenas" tão inteligentes, quanto foram projetados para ser. Assim, os smart products acabam abordando apenas um aspecto singular da vida inteligente, desconsiderando como os humanos realmente percebem seu ambiente, ou seja, como um ecossistema de experiências interligadas.

E aqui surge a grande oportunidade para os varejistas criarem serviços online de integração dos diversos smart products a fim de endereçar a frustração gerada pela experiência de uso fragmentada.

Do ponto de vista de marketing, o benefício número para o varejista relacionado à oferta de uma Plataforma de Agregação de IoT na nuvem é posse da experiência do consumidor, o que traz uma série de outras vantagens conectadas.

O varejista passa estar apto a lançar novos aplicativos para os smart products, podendo ir além do objetivo original dos fabricantes, pois estes Apps estarão poderão lançar mão das várias combinações das funcionalidades de cada um dos produtos. Desta forma, o varejista aumenta sua importância na cadeia de valor, passando da oferta de produtos para a oferta de soluções.

Veja como a Conrad, um varejista de eletroeletrônicos alemão, se reinventou ao lançar seu serviço de agregação de IoT, o Conrad Connected (https://conradconnect.de/en/):


Por fim, as inovações deste "novo varejo", permeado pela Internet das Coisas, pode ser visualizado no vídeo abaixo.

Além de simplesmente usar a tecnologia para maior conveniência, estas iniciativas recuperam o conceito da experiência no varejo tradicional.



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