quinta-feira, 4 de junho de 2009

e-commerce continua a crescer em 2009

Carrinho O Comércio Eletrônico brasileiro continua crescendo neste ano, continuando a manter seu ritmo de expansão na ordem dois dígitos, estimam os analistas de mercado consultados pela Agência Leia.

Na visão dos especialistas, o incremento no faturamento do setor será de dois dígitos, mas em patamar bem inferior às previsões de expansão de 20% a 25%, feitas pela consultoria e-bit no início do ano. O mercado aposta em crescimento de 15% a 17% na receita bruta do setor em 2009.

Segundo dados da e-bit (WebShoppers), o e-commerce brasileiro atingiu um faturamento de R$ 8,2 bilhões em 2008, aumento de 30% na comparação com 2007.

"O varejo online ainda é um negócio ´saudável´, mas sofrerá desaceleração no ritmo de crescimento neste ano. As vendas serão afetadas pela menor confiança do consumidor e pela redução das vendas de produtos com preço médio alto, como eletroeletrônicos, dependentes do crédito", afirma o analista da Ágora Corretora, Alan Cardoso.

A analista da Ativa Corretora, Luciana Leocádio, prevê um faturamento do setor de R$ 9,640 bilhões, ou 17,56% acima do esperado para 2008 (R$ 8,2 bilhões). O crescimento de 2008 ante 2007 está projetado em 30,15%. "A diminuição na compra de bens duráveis traz um cenário de curto prazo desfavorável para as empresas do setor", diz ela.

A questão cultural dos brasileiros de comprar pela Internet foi citada pelo analista da Link Investimentos, Rafael Cintra. "O brasileiro ainda é muito reticente com as compras pela web. O crescimento menor para este ano a projeção do especialista é de incremento de 17% não deverá ser de novos clientes, mas sim, do aumento da frequência dos que já compram no ambiente."

O diretor-executivo da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net), Gerson Rolim, mantém suas projeções para o ano de que o setor manterá o ritmo de expansão na casa dos 30%, com faturamento superior a R$ 10 bilhões, informado à Agência Leia no início do mês passado. "A projeção está mantida.", disse.

Rolim também comentou que a continuação dos cortes na taxa básica de juros, a Selic, é um sinal de que o Comitê de Política Monetária (Copom) está sensibilizado pelos efeitos da crise na economia do País, principalmente no consumo.

A importância da redução da Selic foi observada nas ações ordinárias da B2W (BTOW), única empresa do setor com papéis listados na BM&FBOVESPA. No dia do anúncio do fraco resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2008 e de 2008, o que gerou uma expectativa de uma redução mais agressiva da taxa pelo Copom, os papéis da companhia subiram 11,73% e ontem, no dia da decisão, alta de 1,36%.

Apesar do cenário adverso, algumas das maiores varejistas do mercado brasileiro apostaram firme no e-Commerce, como forma de complementar as vendas de suas lojas físicas. No ano passado, a rede varejista Ponto Frio lançou a Ponto Frio.com, numa versão mais aprimorada, já o grupo Pão de Açúcar aperfeiçoou alguns serviços do Extra.com e o Wal-Mart investiu R$ 25 milhões no seu portal de comércio eletrônico. No início de fevereiro deste ano, a Casas Bahia injetou R$ 3,7 milhões na sua loja virtual e o Carrefour também pensa em tirar do papel o seu projeto de e-commerce ainda este ano.

B2W

No dia 12 de março, após o encerramento das negociações na bolsa brasileira, a maior empresa de comércio eletrônico do País, a B2W, resultante da fusão da Americanas.com e Submarino, divulgará seus resultados relativos ao quarto trimestre de 2008 e ao acumulado do ano passado.

A média das projeções levantadas pela Agência Leia entre as instituições financeiras é de um lucro líquido de R$ 34,65 milhões no quarto trimestre de 2008, alta de 47,44% ante o mesmo período de 2007 (R$ 23,5 milhões). Para a receita líquida, as projeções são de alta de 13,26%, passando de R$ 791 milhões para R$ 895,925 milhões e o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 142,25 milhões, avanço de 17,84% ante o resultado do quarto trimestre de 2007 (R$ 120,7 milhões).

Já a média das previsões para o lucro líquido de 2008 da companhia é de R$ 141,75 milhões, alta de 128,62% na comparação com 2007 (R$ 62 milhões). Para a receita líquida, as projeções apontam para um avanço de 27,93%, para R$ 3,201 bilhões (em 2007, foi de R$ 2,502 bilhões) e para o Ebitda, aumento de 38,83%, passando de R$ 347 milhões em 2007 para R$ 481,75 milhões em 2008."

Apesar da provável desaceleração das vendas, acreditamos que o resultado do quarto trimestre não deverá surpreender os investidores à medida que números mais fracos já são aguardados pelo mercado", destaca a equipe de análise da Socopa Corretora, em relatório.

Para a corretora, as taxas de financiamento, que aumentaram consideravelmente no último semestre de 2008, prejudicarão o resultado financeiro da B2W, que tem nos descontos de recebíveis, sua principal fonte de recursos. A Socopa recomenda a compra das ações ordinárias da companhia (BTOW3) a um preço-alvo de R$ 40,00. O potencial de ganho é de 79,37%, com relação ao fechamento de ontem (R$ 22,30).

"Durante o quarto trimestre, principalmente em dezembro, a companhia iniciou uma série de campanhas promocionais, as quais podem afetar a margem bruta. A maior venda de itens de preço baixo, como livros, e incentivo por parte dos fornecedores, podem mitigar o impacto no resultado da B2W. Por isso, projeto uma margem bruta de 29,9% ante os 30% obtidos no quarto trimestre de 2007", afirma o analista da Ágora Corretora, Alan Cardoso.

A Ágora recomenda a compra das ações da companhia com visão de longo prazo a um preço-alvo de R$ 46,94. O potencial de valorização é de 110,49%, ante o fechado no pregão de ontem (R$ 22,30).

Com relação a um ambiente mais competitivo para a companhia, o analista da Link Investimentos, Rafael Cintra, destaca que a participação de mercado da B2W (que em 2007 era de 23,9%) pode ser afetada no longo prazo. "Mas a empresa tem um know-how inquestionável, e não deixará de perder margens. Além disso, a companhia ainda terá ganhos de sinergia com a fusão da Americanas.com com a Submarino", disse. A Link Investimentos sugere a compra das ações da companhia.

O preço-alvo está em revisão

Já a Brascan Corretora avalia que a B2W terá um curto prazo desafiador, mas enxerga um grande potencial de crescimento, uma vez que o comércio eletrônico brasileiro "ainda apresenta números bastante tímidos". "Na medida em que observamos uma recuperação do mercado de crédito, a empresa melhorará sua performance de vendas e reduzirá seus custos de financiamento de capital de giro", afirma o analista Rodrigo Ferraz.

A Brascan sugere a recomendação de "outperform" (desempenho acima da média do mercado) para as ações ordinárias da B2W (BTOW3). O preço-alvo é de R$ 40, com ganho potencial de 79,37% ante o encerrado no pregão de ontem (R$ 22,30).

Data: 15/04/2009

Fonte: Suzana Inhesta - Agência Leia

Nenhum comentário: