segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Guerra dos Navegadores III - a Internet contra-ataca

 

Conforme largamente alardeado Internet à fora, o lançamento do navegador Google Chrome representa mais do que apenas mais um desafio ao Internet Explorer da Microsoft, líder absoluto do mercado. Na verdade, o campo de batalha transcende a Internet e seus browsers, pois o epicentro do confronto reside no futuro do computador pessoal.


Estamos nos aproximando de um mundo onde o acesso à Internet em banda larga e a armazenagem de dados serão totais e irrestritos. Este novo paradigma criará um cenário onde os aplicativos que responsáveis pelo atual sucesso do Windows, tais como o Word e o Excel, não precisam mais estar incorporados ao computador, podendo ser executados diretamente da Internet, e seus documentos, armazenados em servidores on-line. Neste ambiente, não importa qual seja o sistema operacional, apenas será um navegador e uma conexão à Internet.

Browser War I – Nestcape
netscape-dead
 
A primeira vez que o questionamento da relevância do sistema operacional veio à tona foi durante a primeira Guerra dos Navegadores (Browser Wars), detonada na segunda metade da década de 1.990, com surgimento do fenômeno Netscape Navigator (en.wikipedia.org/wiki/Browser_wars#The_first_browser_war). Acreditava-se, naquela época, que o navegador da Netscape, com mais de 90% do mercado, tinha potencial para "tornar o sistema operacional uma commodity".

Esta inferência acordou o gigante dos sistemas operacionais, que apontou toda a sua infantaria contra a Netscape, iniciando-se oficialmente a primeira Guerra dos Navegadores. Durante 3 anos (1.995 a 1.998) Netscape e Microsoft digladiaram-se pela conquista do marketshare de navegadores web. Porém, ao final deste período, a distribuição gratuita do Internet Explorer pela Microsoft liquidou o modelo de negócios da Netscape, varrendo o Navigator da Internet.

Browser War II - Firefox

FirefoxXIExplorer

Alguns anos após a dizimar o Navigator, a hegemonia do Internet Explorer foi desafiada pela primeira vez, quase que simultaneamente, por três novos inimigos, Mozilla Firefox, Apple Safari e Opera. Esta nova versão da Guerra dos Navegadores iniciou-se em 2003 (en.wikipedia.org/wiki/Browser_wars#The_second_browser_war), acirrando-se no ano seguinte, com o lançamento do Firefox. Atualmente, este navegador detém quase 20% da preferência dos usuários de Internet.
No final do dia, assim como em sua primeira versão, a segunda Guerra dos Navegadores fez com que a Microsoft investisse seus bilhões no avanço do Internet Explorer, contribuindo para a evolução da Internet como um todo.

Browser War III – Chrome

ExplorerXExplorer

Ironicamente, o Google Chrome, aproveita as inovações introduzidas no browser da atual maior rival da Microsoft, a Mozilla, que tem a custódia dos direitos de propriedade intelectual do navegador Firefox, cujo DNA tecnológico vem do saudoso guerreiro da primeira Guerra dos Navegadores, o Navigator.

Todavia, a terceira Guerra dos Navegadores, diferentemente de suas versões anteriores, foca-se apenas no desenvolvimento de novas funcionalidades para os navegadores, mas na possível definição da próxima plataforma de execução de nossas aplicações do dia-a-dia, seja no computador pessoal, seja na próxima fronteira de interface de convergência, o dispositivo celular. Segundo Sergei Brin, da Google, "as Guerras dos Navegadores de dez anos atrás tinham razão de ser: O Navegador é realmente muito importante".

Brin acrescentou que os sistemas operacionais são uma espécie de maneira antiga de pensar o mundo. "Tornaram-se muito volumosos... Queremos um motor muito leve, rápido para rodar os aplicativos". A atual versão do Chrome ainda está bem longe de por em risco a posição do Internet Explorer, porém certamente acende mais um “red flag” para a equipe de produtos da Microsoft.

Todavia, a decisão final sobre este embate depende exclusivamente da preferência do usuário. Assim, estão em jogo são os corações e mentes dos usuários de tecnologia do futuro (próximo).

Será este o início do fim do ciclo tecnológico dominado pelo Windows???

Veja aqui a reportagem da agência de notícias Reuters sobre a Guerra dos Navegadores:


quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Você realmente precisa de mais um Navegador Web?

A Google acredita que sim...

O Chrome, navegador Web recém lançado pelo gigante das buscas, foi desenvolvido em segredo e revelado ao mundo nesta semana. A versão Windows já está disponível para download gratuito no link: google.com/chrome, porém as versões para Mac e Linux ainda não saíram do forno.

O Chrome rompe paradigmas desde o primeiro momento, aproximando definitivamente o navegador dos sites de busca. Uma de suas novidades está na caixa de texto utilizada para a informação do endereço Web, que é a mesma para fazer buscas na Internet.

O nome do navegador também apresenta uma interessante jogada de marketing, pois este termo significa design rebuscado (botões, menus, caixas e demais elementos gráficos) de um aplicativo, aspecto que foi minimizado ao máximo no Google Chrome. Segundo a Google, o objetivo do Chrome é apresentar uma interface espartana, assim como a de seu site de buscas, focando-se na velocidade e facilidade de execução e na adequação e compatibilidade com as características de multimídia, interatividade e mobilidade, além da complexidade interna das aplicações da Web 2.0+.

Falando em marketing, a logomarca do navegador é outra excelente prova de que não é apenas em tecnologia que a Google investe seus tostões... A logo do Chrome trás um inteligente estudo de integração de diversos ícones relacionados aos temas Web e entretenimento, como ilustrado abaixo:
Certamente, o Chrome acirra a já intensa disputa entre a Google e a Microsoft, fabricante do Internet Explorer, o gigante do mercado de navegadores Web. Acredita-se que a principal razão do lançamento do Chrome é equilibrar o cenário dos navegadores, que poderia ser utilizado pela Microsoft para alavancar propositalmente sua ferramenta de pesquisa (Live Search) e suas ofertas de publicidade on-line.

A queda que a Microsoft tem sofrido nos últimos meses, devido à adoção do Firefox, ainda é pequena, mas tem impacto direto no multimilionário mercado de buscadores, já que o padrão de busca do Internet Explorer é o Live Search da Microsoft, contra o Firefox e o Chrome, que usam o Google.

Após os primeiros dias de lançamento, Chrome vem demonstrando no Brasil o mesmo sucesso que teve pelo mundo, onde o browser do Google já representa 1,11% dos acessos, tornando-se o terceiro browser mais utilizado, à frente de concorrentes como o Apple Safari e o Opera, segundo estudo da Predicta (www.predicta.com.br).

Considerando o poder de penetração do Google no mundo online, o cenário desse mercado promete mudar radicalmente nos próximos meses. Quando ainda teremos a introdução do Android (http://code.google.com/android/documentation.html), novo sistema operacional móvel da Google, que influenciará a adoção do Chrome nos celulares baseados nesta plataforma.

Eis que a “Guerra dos Navegadores” iniciada na década de 1.990, entre a Microsoft e a Netscape é ressuscitada em um novo combate de gigantes...