domingo, 8 de junho de 2008

Entretenimento Digital - O Blu-Ray ganhou, mas o download de vídeos é quem leva!

Indiscutivelmente, a maior vítima da guerra entre as tecnologias Blu-Ray e HD-DVD é o consumidor final, que se encontra perdido, esperando há 3 anos pelo padrão de conteúdo de alta definição (high definition - HD) a ser adquirido.

Aparentemente, a guerra chegou ao seu fim, pois a Toshiba, mentora do HD-DVD, jogou a toalha na semana passada (19/fev/08), após a opção da Netflix, da Best Buy e da Warner Bros. pela tecnologia adversária, deixando órfãos os 1 milhão de consumidores que adquiriram o HD-DVD até o momento. O que, de certa forma, traz um alento para os aproximadamente 13,7 milhões de usuários do Blu-Ray, da Sony. Vale lembrar que esta grande diferença está no fato de que 85% das vendas de players Blu-Ray ocorreram devido às vendas do PlayStation 3. Além disso, se compararmos o cenário de venda e aluguel de títulos (conteúdos em HD) verificamos uma pequena liderança do Blu-Ray ante o HD-DVD.

Fato, contudo, é o que está por vir, ou seja, no longo prazo, nem Blu-Ray, nem HD-DVD sairão vencedores, pois o mercado claramente sinaliza a tendência de massificação do Download e Streaming de filmes via Internet (representado pelo VoD – Video on Demand, sigla mais usada para o aluguel de filmes e o EST – Electronic Sell Thru, ou venda de filmes pela Internet), atualmente provido por players como Netflix, CinemaNow, Movielink e, no Brasil, pela eonde.

Levando em consideração o tempo de absorção das novas tecnologias mais recentes, podemos dizer que o novo padrão levaria em torno de 2 anos para se consolidar no mercado, dados os fatores de seu alto preço e a atual conveniência de seu antecessor – o DVD. Por outro lado, acredita-se que o download de filmes estará plenamente estabelecido em nosso dia-a-dia nos próximos 3 anos. Assim, a janela de oportunidade de mercado do Blue-Ray é diminuta. Situação agravada ainda pela absoluta carência de títulos para aluguel e compra, tanto em Blu-Ray, como em HD-DVD.

Reforçando a tendência de hegemonia do conteúdo pureplay (puramente digital) e enfatizando que no caso do Blu-Ray a máxima “victoria quæ sera tamen” definitivamente não se aplica, a infonetics Research preconiza que a IPTV contará com 69 milhões de assinantes mundialmente. Já, segundo o Merrill Lynch, em 2011 o VoD (Video on Demand) poderá gerar um faturamento de U$ 6 bilhões, apenas nos EUA, caso a taxa de compra mensal de filmes pelas família seja de 2,5 filmes. Esta estimativa leva em conta que o VoD será extremamente beneficiado com a nova estratégia de lançamento de títulos que traz a janela de publicação de conteúdo para o VoD para a mesma data (day and date) do home video (varejo tradicional de DVDs). Isto, sem falar do aumento de velocidade e redução de custos vivenciados na oferta de banda larga residencial, em todo o mundo. Fato claramente ilustrado pelo barômetro da Banda Larga da Cisco, no caso do Brasil.

A eonde (www.eonde.com), portal brasileiro atualmente com 10 mil assinantes em todos os estados do país, e com um acervo de filmes, seriados de TV e games contando com mais de 5 mil títulos de estúdios como a Warner Bros. e distribuidoras como a Continental, a Focus, a Trymedia e a PlanetSex, mostra que também no Brasil, esta batalha já está ganha pelos pureplay.

Todavia, o maior competidor do Blu-Ray, neste momento, é o atual grau de satisfação do consumidor com o DVD, que, muitas vezes, ainda é sub-utilizado, pois muitos dos aparelhos de TV ainda não conseguem exibir os conteúdos em 16:9 disponíveis há vários anos no mercado. Ou seja, o fator preço pesará fortemente na hora da decisão do ainda questionável upgrade. Principalmente, por que a maioria esmagadora de consumidores que ainda possuem aparelhos de TV de até 37 polegadas não conseguirá visualizar um ganho considerável de qualidade de imagem ao migrar para a alta definição (HD).

Mas nem tudo está perdido, pois estes novos padrões de mídia terão o seu lugar ao sol, uma vez que filmes de alta definição com mais de 2 horas de duração podem chegar a um espaço de armazenagem de até 25 Gb e seus arquivos certamente não serão arquivados definitivamente nos discos rígidos dos PCs, mas sim em mídias removíveis de alta capacidade como o HD-DVD e o Blu-Ray, que disputarão o mercado com outros meios como pendrives e iPods de última geração.

Um comentário:

Mell Investimentos disse...

Adorei seu post!

Pessoal, essa eu tenho que recomendar, dois sites interessantíssimos: www.meus3desejos.com.br e www.videoflix.com.br.

Abs.